“Se não frear a tirania, não teremos eleição”, diz Nikolas Ferreira sobre ações do STF


Deputado do PL acusa Supremo de perseguir Bolsonaro e critica medidas judiciais impostas ao ex-presidente
Em entrevista concedida neste domingo (20) à Jovem Pan, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) declarou que o Brasil pode não ter eleições em 2026 se, segundo ele, o Supremo Tribunal Federal (STF) não interromper o que classificou como uma “perseguição” à oposição.
As declarações foram feitas após a Polícia Federal deflagrar uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última sexta-feira (18). Entre as medidas impostas estão: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno, restrição de comunicação com diplomatas e até com o deputado Eduardo Bolsonaro, seu filho.
⚠️ “Caça às bruxas”, diz Nikolas

Durante a entrevista, Nikolas comparou o momento político brasileiro ao de países com regimes autoritários:
“Tudo está na mão do STF resolver. Vão fazer julgamentos imparciais ou continuar com essa lei assim? Isso é perseguição. Se a gente não tomar uma decisão agora de frear a tirania, nós não teremos eleição em 2026”, afirmou.
O parlamentar comparou o tratamento dado a Bolsonaro com práticas autoritárias comuns na Venezuela, governada por Nicolás Maduro. Segundo ele, o cenário atual lembra repressões de regimes que limitam a atuação da oposição política.
📱 Reação nas redes sociais
Nas redes, Nikolas também se pronunciou após a operação:
“Busca e apreensão, tornozeleira, proibição de falar com embaixadores, diplomatas e até com o próprio filho Eduardo. Isso tudo um dia após Bolsonaro receber uma carta de apoio de Trump. A Venezuela está com inveja”, escreveu ele no X (antigo Twitter).
A referência à carta de Donald Trump, ex-presidente dos EUA, indica que, para bolsonaristas, há uma tentativa de impedir Bolsonaro de concorrer em 2026, da mesma forma como a justiça americana tenta barrar Trump em seu país.
📌 Contexto: medidas cautelares contra Bolsonaro
Entre as sanções determinadas pelo STF contra o ex-presidente estão:
- Uso de tornozeleira eletrônica
- Recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h
- Proibição de uso das redes sociais
- Proibição de contato com embaixadores, diplomatas e outros investigados
- Proibição de contato com o filho Eduardo Bolsonaro
As medidas fazem parte de investigações em curso sobre supostos crimes cometidos por Bolsonaro e aliados, incluindo tentativa de golpe, desinformação e articulações paralelas a instituições democráticas.
🧭 O que está em jogo?
A declaração de Nikolas Ferreira ecoa entre bolsonaristas e integrantes da oposição que acusam o STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, de ultrapassar os limites do Judiciário.
O Supremo, por sua vez, sustenta que as medidas fazem parte do devido processo legal para proteger as instituições democráticas e garantir a responsabilização de quem tenta desestabilizá-las.
A tensão política entre Judiciário e bolsonarismo segue crescendo, e as eleições de 2026, embora ainda distantes, já estão no centro do debate.
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